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Maria Tereza Serafim

Com 76 anos de idade, Tereza nasceu em uma família típica do município, onde decidiu criar suas quatro filhas.

ereza exibe fotos das filhas em casa | Crédito: Assessoria de Comunicação Social

Criada no bairro Santo Antônio, Dona Tereza nasceu em uma família já estabelecida em Balneário Piçarras. Sua avó, Maria Macedo, era costureira e passou a profissão para sua mãe, Felicidade Martins Serafim. “O pai do Seu Udo tinha uma loja e minha mãe mandava eu comprar tecido lá. Com o que sobrava, ela fazia shorts para os meninos e saia para as meninas”, recorda Tereza. 

Mas, a vontade de adquirir bens com maior qualidade despertou nela a vontade de trabalhar. "Eu queria comprar uma roupa, um sapato para mim", explica Tereza, que recorreu à venda de camarão, aos 14 anos. "Eu pedi ajuda para minha mãe falar com uma senhora: 'Mãe, vamos pedir pra ver se eu consigo trabalhar', e fiquei na gerência daquilo por 5 anos", detalha. 

O pai de Maria Tereza era João Serafim, falecido aos 50 anos de idade. “Era uma vida bem sacrificada. Naquele tempo, meu pai era pescador e eu vinha com meus irmãos encontrar ele na praia. A pesca era naquela canoa a remo". Enquanto o pai pescava, as crianças se divertiam. “Nós descíamos naqueles morros de areia. Era cheio daquilo, hoje não tem mais”, explica.

 

A saída do emprego aconteceu quando ela se casou. Tereza deu à luz a quatro filhas, duas em casa pelas mãos de parteiras da cidade. Uma das filhas nasceu na casa da avó de Tereza, no bairro Santo Antônio. “Era dia das mães e minha vó também teve quatro filhas, igual eu, lembro que a tarde fui tomar café com ela”, recorda com carinho. Há 20 anos, Tereza mora no prédio residencial Anna Paula e há 10 anos divide o apartamento com a filha Márcia Reis.

 

Tereza exibe fotos das filhas com orgulho

Acervo: Assessoria de Comunicação Social

A chegada da parteira Maria Cizilo não foi fácil, mas, na época, o incomum era ter um filho no hospital. “Não tinha carro, meu irmão trouxe a parteira no ferro da bibicleta”. Já no nascimento de Márcia, em Itajaí, o irmão foi responsável pelo recado. “Meu marido disse pro meu irmão pegar a bicicleta e ir até Piçarras avisar que era uma menina”.

Ao todo, Tereza criou Márcia, Maura, Cinara e Célia, que estudaram na Escola Adolfo Cabral, no bairro Santo Antônio, e na Escola Alexandre Guilherme Figueredo, no Centro. “Quando eu me mudava, a minha preocupação era escola perto, porque eu nunca queria deixar elas sem aula”, reforça. Ela mesma estudou na Escola Adolfo Cabral, quando a estrutura era feita de madeira.

Obra de ampliação da Escola Adolfo Cabral | Créditos: Fundação Municipal de Cultura.jpeg

Reforma da Escola Adolfo Cabral

Acervo: Jornal do Comércio

Mais tarde, Tereza começou a trabalhar como coordenadora dos Centros de Educação Infantil do Santo Antônio e de Nossa Senhora da Conceição. “Eu não sou estudada, só tenho até a sexta série, mas minha cunhada, que era coordenadora também, me ensinou”, detalha, relembrando uma amada profissão exercida durante 20 anos e encerrada aos 58 anos de idade.

“Muita gente vinha e falava que queria deixar o filho no meu colo para eu cuidar", recorda Dona Tereza, que ainda integra o grupo de amigas e funcionários dos locais. “Elas não queriam que eu saísse, queriam que eu ficasse porque estavam tão acostumadas comigo… Até hoje eu estou no grupo delas”, completa.

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