BALNEÁRIO PIÇARRAS
E HISTÓRIAS
Memória Cultural
A Biblioteca Pública Municipal José Ferreira da Silva comemorou seu Jubileu de Ouro no dia 14 de janeiro de 2022, quando completou 50 anos de existência. Ligada à Fundação Municipal de Cultura, a biblioteca tem seu acervo disponível para consulta pública no Centro Cultural Luiz Telles. Na ocasião, foi montada uma exposição detalhada sobre a história da instituição de uma biblioteca em Balneário Piçarras desde a década de 1940.
O nome José Ferreira da Silva foi instituído em 2004, em homenagem a um dos primeiros doares de coleções particulares de livros para o município. Ele chegou a ocupar uma cadeira da Academia Catarinense de Letras e publicou 20 obras literárias.
A primeira sede da biblioteca funcionou em um espaço cedido pela Sociedade Amigos de Piçarras (SAP). Posteriormente, foi localizada junto à Prefeitura e em anexo a escola CIEF, entre outros. A localização atual em anexo ao Centro Cultural Luiz Telles, na Avenida Getúlio Vargas, número 1.113, é a mesma desde 2013. A Biblioteca conta hoje com 12.100 livros, cerca de 2 mil usuários cadastrados e, em média, o empréstimo de 150 títulos por mês.


Biblioteca Pública Municipal
Acervo: Assessoria de Comunicação Social
Banda Municipal Zequinha Cardozo
Também subordinada a Fundação Municipal de Cultura, a Banda Municipal Zequinha Cardozo foi instituída em 2013, com uma formação de instrumentos, e oficializada por um projeto de Lei em 2016. Entretanto, a veia musical de Balneário Piçarras existe desde a década de 1970, quando os alunos realizavam ensaios na Escola Alexandre Guilherme Figueredo. Desde então, a banda se reinventou e cresceu para acompanhar os mais diversos acontecimentos da cidade, estando sempre presente nos momentos históricos de Balneário Piçarras.
O Mestre da banda é o ex-trompetista das Forças Armadas, José Sabino de Santana. Ele iniciou a vida no mundo da música aos 14 anos de idade, em 1974, dentro da fanfarra da Escola Alexandre Guilherme Figueredo. Na época, o aluno morava no bairro Nossa Senhora da Paz. O atual patrono da banda, falecido senhor Zequinha Cardozo, ministrava as aulas. “Ele me incentivou e lá ele achou que eu tinha uma certa habilidade para o trompete”.


Fanfarra Municipal no desfile de 7 de setembro
Acervo pessoal: Alfredo FIlho
Aos 18 anos, Sabino se juntou às Forças Armadas, onde se profissionalizou na função de trompetista, atuante em Joinville, Blumenau, Porto Velho (Rondônia) e Bajé (Rio Grande do Sul). A aposentadoria veio aos 49 anos e, logo em seguida, a decisão de retornar à Balneário Piçarras, morando no Centro, para assumir a missão da banda, em 2005.
Na época, o que existia era a Fanfarra Municipal, que atuava com instrumentos de percussão. Em 2007, começou a aquisição de instrumentos de som. As apresentações, inicialmente voltadas para o desfile do Dia da Independência do Brasil, passaram a acontecer também em eventos culturais e escolares.
O hino de Balneário Piçarras nunca falta no repertório. “A população gostava muito e, com o passar do tempo, a cidade foi crescendo e foram vendo a necessidade, como uma alternativa cultural e social, que envolve a criançada”, destaca o Mestre Sabino.
Hoje em dia, a banda se apresenta também em outros municípios da região. “A banda é conhecida e requisitada”, enfatiza. Em uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação, existem duas bandas escolares, em São Brás e no Centro Integrado de Educação Fundamental Mirian Geny Friedrichsen (CIEF), onde os alunos são iniciados e costumam seguir para integrar a banda municipal.


Ensaio da Banda Municipal
Acervo pessoal: Assessoria de Comunicação Social
É possível iniciar nas aulas com 9 anos de idade e seguir até os 16 anos, com ensaios de segunda a quinta-feira, no contraturno escolar. Além do mestre Sabino, a composição conta com quatro profissionais licenciados. “Temos quatro professores que começaram aqui [como alunos]. Para nós, isso é muito importante porque não perdemos essas pessoas”, explica.
Ao todo, a Banda Municipal Zequinha Cardozo tem 17 variedades de instrumentos. A equipe trabalha teorias e métodos de aperfeiçoamento, que buscam incentivar os alunos. “A música é harmonia, então eles tem que trabalhar unidos e as crianças vão fazendo amizade”, diz Sabino, que destaca a necessidade de disciplina, entrosamento e espírito de grupo.
Hoje aos 63 anos de idade, o mestre da banda que chega a instruir cerca de 150 alunos por ano, deseja atuar por mais tempo antes de aposentar por definitivo. “Vou trabalhar mais um tempo e depois sair para dar espaço aos mais novos. Além de ter esse conhecimento para passar, você tem que dar conta da coordenação dos alunos e da didática”, relembra o mestre Sabino, querido pelos alunos.

VIII Concerto Estudantil
Acervo: Assessoria de Comunicação Social